"Quem ama porque o amam é agradecido. Quem ama, para que o amem, é interesseiro: quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, só esse é fino." (Trecho do sermão O AMOR FINO - Padre Antônio Vieira)

O Programa Talentos de Deus aos 08 dias de julho de 2017, em seu quadro MOMENTO POÉTICO II, homenageou ao Padre Antônio Vieira que é referência no Barroco brasileiro e assim consta nos livros didáticos devido a poética dos seus sermões e cartas.
Os Apresentadores Lira Cecília Tecladista de Jesus e Prof. Carlos Frederico, inicialmente narraram um pouco da história desse padre pregador tão importante até a atualidade!
Padre António Vieira (grafia portuguesa) ou Padre Antônio Vieira (grafia brasileira), uma das personalidades mais importante do século XVII e que destacou-se como missionário em terras brasileiras. Defendeu o ecumenismo e a igualdade social, o fim da escravidão e da inquisição, defendeu os índios e a sua evangelização. Condenava a conversão de judeus em cristãos novos. A maior parte dos seus projetos ocorreram na República em 1889, por isso Vieira foi tão antecipado na sua época: um verdadeiro visionário que muito ajudou no Brasil.

SERMÕES
Cegueira de Olhos Abertos
A cegueira que cega cerrando os olhos, não é a maior cegueira; a que cega deixando os olhos abertos, essa é a mais cega de todas: e tal era a dos Escribas e Fariseus. Homens com os olhos abertos e cegos. Com olhos abertos, porque, como letrados, liam as Escrituras e entendiam os Profetas; e cegos, porque vendo cumpridas as profecias, não viam nem conheciam o profetizado. (...) Esta mesma cegueira de olhos abertos dividi-se em três espécies de cegueira ou, falando medicamente, em cegueira da primeira, da segunda, e da terceira espécie. A primeira é de cegos, que vêem e não vêem juntamente; a segunda de cegos que vêem uma coisa por outra; a terceira de cegos que vendo o demais, só a sua cegueira não vêem.
Padre António Vieira, in "Sermões"
O Amor Fino
O amor fino não busca causa nem fruto. Se amo, porque me amam, tem o amor causa; se amo, para que me amem, tem fruto: e amor fino não há de ter porquê nem para quê. Se amo, porque me amam, é obrigação, faço o que devo: se amo, para que me amem, é negociação, busco o que desejo. Pois como há de amar o amor para ser fino? Amo, quia amo; amo, ut amem: amo, porque amo, e amo para amar. Quem ama porque o amam é agradecido. Quem ama, para que o amem, é interesseiro: quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, só esse é fino.
Padre António Vieira, in "Sermões"
Assistam na íntegra o MOMENTO POÉTICO II no vídeo abaixo: