CARNAVAL X SINCRETISMO RELIGIOSO

No dia 16 de fevereiro de 2017 foi realizada no Estúdio do Programa Talentos de Deus a gravação da temática: CARNAVAL X SINCRETISMO RELIGIOSO.

Mas... o que é CARNAVAL?

Carnaval é a antiga festa do Deus Baco (Deus do vinho) na Grécia Antiga, antes do domínio romano, na qual havia sete dias de comemoração que foram reduzidos para quatro dias. Na Idade Média era ligada a colheita e na América passou a ser comemorada a Festa de Tupã e Baco. No século XII o Papa Gregório IV uniu os sete calendários existentes no mundo e colocou o Carnaval como Festa Pagã seguida da Quaresma, Semana Santa e Páscoa.

Ocorre assim no calendário oficial de todos os povos seguidores de Cristo (oficializou-se o nascimento de Cristo como Ano Zero e assim nasceu a determinação Antes de Cristo - A.C. - e Depois de Cristo - D.C. - Daí estarmos no Ano 2017 diferente de outros países seguidores de outros deuses: China - Buda, Índia - Buda, Japão - Confúcio, Arábia Saudita - Alá e Maomé, dentre outros).

CARNAVAL NO BRASIL

Veio nas Caravelas Portuguesas no século XVI como forma de diversão (jogar farinha no rosto das pessoas ou brincar na lama) e pouco a pouco com a chegada dos escravos africanos (século XVI a XIX) a folia de carnaval passa a ser envolvida de crenças e danças de vários tipos, dentre elas o semba que mais tarde no Rio de Janeiro desenvolveu-se com a ajuda das tias baianas e de lavradores mineiros. Deste modo surge o samba na Cidade Nova e na Área Portuária. Com a divulgação da imprensa e a participação da mesma nos eventos de samba, tivemos reportagens envolvendo sambistas e compositores. Vale lembrar que o samba era tocado e dançado após as cerimônias de Candomblé, ou seja, quando o dia raiava. A perseguição policial termina nos anos 30 do século XX com a criação do Carnaval Oficial do Rio de Janeiro, tendo o Presidente da República Getúlio Vargas prestigiando o evento. Nasce o Mestre Sala e a Porta Bandeira que devem realizar alguns passos do balé francês diante dos juízes e a obrigatoriedade da Ala das Baianas para manter a história do samba. Surgem as Alas, as Alegorias, o Abre Alas e assim o Desfile é chamado por muitos de uma "Procissão do

Samba", devido a formatação em filas em torno da representação da Escola de Samba. Com a criação da Umbanda (Catolicismo e Candomblé unidos numa nova religião, só existente no Brasil), tivemos uma evolução maior do samba que chega a gravar discos. Nos anos 60 vieram os Festivais da Canção que revelaram vários autores da "Música Popular Brasileira" (MPB), incluindo alguns sambistas: Paulinho da Viola, Martinho da Vila. Influenciados por Noel Rosa, Pixinguinha, Sinhô, dentre outros. Por fim em 1984 foi inaugurado o Sambódromo e constituída a Liga das Escolas de Samba. O mesmo aconteceu em São Paulo, Minas Gerais e em Manaus (Lá ocorre a Festa do Boi: GARANTIDO X CAPRICHOSO). Cada agremiação apresenta as suas Fantasias e Carros Alegóricos ao Arcebispo do Rio de Janeiro para ter autorização católica, no sentido de manter o respeito entre as religiões.

A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) obedecendo a orientação do Papa João Paulo II, passa a incentivar o ecumenismo como forma de diminuição de atritos e maior fraternidade entre os irmãos independente das suas crenças. Várias campanhas foram feitas em todo o Brasil. Hoje temos o Sincretismo Religioso como realidade em nossa terra. Carnaval da Alegria e da Paz!

Por: Carlos Frederico (graduado em Letras e com Especialização em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa - UFRJ)

Diagramação e Ilustrações: Lira Cecília Tecladista de Jesus (graduada em Pedagogia com especialização em Orientação Educacional).